Várias idéias misturadas.

Tenho pouco tempo. E já nem importa o quão pouco é esse tempo.

Como todo ser humano, a minha primeira reação quando me vejo em uma situação que me desconforta é a de espernear. Sim, pois todos nós esperneamos quando algo está errado. De alguns anos pra cá eu aprendi que não adianta se desesperar, mudança requer muita força, e disso eu tenho pouco agora. Pouco tempo, pouca força...

Cansa, isso de ser humano. Aprendi que não adianta se debater. Assim como um peixe que depois de muito tempo preso na rede, continua vivo mas desiste de tentar lutar.
Meu coração continua a pulsar minha vida para dentro das minhas artérias, mas certamente eu morri. É, eu me vi morrer, estremeci e o lençol estremeceu comigo na cama.

Mudo de casa, mudo de cidade, mudo de curso, mudo de hábitos, mudo de roupas mas mantenho a direção. Um peixe mudaria? Nunca ouvi falar...

Estou a um só tempo cansado e refeito. Fatigado do que já passou como um filme velho repetido, porém ansioso para tudo que é absolutamente novo.
Um homem que passe pela vida sem grandes mágoas, não pode ser assim chamado. Leves, nós viveríamos para sempre, seria por demais cristão ter alguns fatos na bibliografias que não poderá perdoar. E que nem quer perdoar, nem precisa. Eu não me enganarei com isso.
Nada menos cristão que ser por demais cristão.

Estou mergulhado em mentiras e subterfúgios, a televisão mente, o vizinho mente, o papa mente.

Sinto a necessidade de me cercar de verdades, de pessoas que queiram a verdade, não importa o quão relativa e destruidora ela seja, mas por favor, eu preciso de verdades!

Chega de medos mútuos, inseguranças recíprocas, desconfianças baseadas.
Prefiro milhões de vezes ser só à possibilidade de um inferno feito de talvez. A dor ilude tanto quanto o prazer. E como eu sei disso agora. E como não sabia antes.

Que os sonhos infantis sejam apenas o núcleo necessário do palpável, não mais. Tenham apenas a devida importância, não mais. Quero carne, quero chão, quero frio. Água que molhe. Palavras sejam feitas apenas para ler, ouvir e falar.

 Quem lê, escute. Se não for capaz de segurar-me com as duas mãos, nem tente com uma apenas. Pois eu mesmo tenho apenas estas duas que mostro. Mas se não for capaz disso, com as duas mãos, nem tente.

Autor: José Airton

Me identifiquei demais com esse texto de ton.. Valeu Airton, pelo belo texto e por deixar postar aqui ;D